Reportagem publicada originalmente no Neofeed
A sigla PSTI ficou conhecida do grande público após incidentes de cibersegurança que resultaram em desvios de mais de R$ 1 bilhão de fintechs nos últimos meses. Essas empresas, que funcionam como pontes tecnológicas entre as startups e o Banco Central, tornaram-se o elo vulnerável do sistema financeiro brasileiro.
Passados pouco mais de 45 dias das exigências de segurança impostas pelo regulados, apenas duas Prestadoras de Serviço de Tecnologia e Informação conseguiram se adequar integralmente às novas exigências: a Tivit e a Topaz, do grupo Stefanini.
As demais prestadoras desse serviço estão correndo contra o tempo para implementar as mudanças exigidas pelo BC por meio de duas resoluções (497 e 498) e duas Instruções Normativas (666 e 667). Enquanto isso, centenas de fintechs que utilizam essas PSTIs ficaram limitadas a transferências de até R$ 15 mil por transação.
A restrição pegou de surpresa diversos setores do mercado financeiro. Áreas de pagamento e recebimento de dívidas corporativas que utilizavam essas fintechs, por exemplo, precisaram realizar dezenas ou mesmo centenas de transações separadas, dependendo dos montantes envolvidos.
Esse mercado, que já era pequeno, após a crise da C&M Software e da Sinqia – que conectavam fintechs ao sistema Pix – ficou ainda mais concentrado. E as duas homologadas pelo BC, que podem operar sem restrições impostas, querem aproveitar a vantagem competitiva para ganhar participação de seus concorrentes.
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Cecilia Mello, advogada especializada em regulação financeira, recorda que o sistema de PSTIs foi criado para viabilizar estruturas mais baratas para fintechs, permitindo que novas empresas se conectassem ao Banco Central sem precisar montar, do zero, uma infraestrutura tecnológica própria.
Com o tempo, porém, ela diz que o propósito inicial se perdeu, já que muitas dessas instituições passaram a manter o uso das PSTIs mesmo depois de atingirem volumes expressivos de transações.
“Acabou se tornando o padrão para muitas fintechs, o que não deveria ser. O PSTI era para atender pequenas fintechs. Não era para ser endereçado a grandes, a volumes muito grandes”, diz Mello.
Confira a reportagem na íntegra: https://neofeed.com.br/negocios/crise-na-conexao-de-fintechs-ao-pix-tem-dois-vencedores-e-corrida-ao-banco-central/